Onde eu estava?

Sei lá fui a alguns lugares depois do jantar do dia 16, ou será que foram inúmeros copos e cerveja somente. Bem mas eu me lembro. As vezes a memória me trai, mas acho que lembro de tudo. Primeiro desmaterealizei e fui falar com meu velho pai, o “Seu Melão”, que já está no andar de cima. Com ele fui aos Eucaliptos como sempre fomos. Sentamos nas sociais bem no canto inferior direito, com o sempre fizemos. Ali meu pai me narrou as maravilhas do “Rolo Compressor”, eu não conseguia enxergar o que ele falava. Acho que nunca os vi, mas com certeza ouvi. Mas vi também  o Silveira, Sapiranga, Antenor Moura, , Bodinho, Gilberto Andrade, Vi o garoto de Ouro (Como jagava aquele menino), vi um jovem negro atarracado, camisa 9, vi um jovem chegado de Criciuma (Meu Deus, ele não sabia cruzar). Dali saímos, meu pai e eu e fomos ao Beira-Rio, e lá estava aquele Garoto de ouro de novo. Ih, aquele catarinense já aprendeu a cruzar. Olha lá o negro atarracado, tanque, bigorna, fazendo o primeiro gol. Vi um Chileno cabeceando. Vi de novo aquele catarinense, agora batendo falta. Vi um ´príncipe, vi um rei (que ainda não tinha a majestade de fato mas de direito…).

Materializei e voltei pro meu apartamento com a sensação que meu  velho pai e todos os meus ancestrais, sim todos, pois em nossa família não havia um só que não fosse colorado, estavam comigo, minha esposa Junara meu filho Thiago, minha filha Thaís, meu amigo Rodrigues e sua esposa Dani (Bahiana e coloradééérrima) e que não haveria força capaz de nos derrrotar. É bem verdade, é bíblico, todos duvidam e eu também duvidei, mas quando por fim  ví aquele senhor “TETÉ”, junto “SEU ENIO” sussurrarem em conjunto algo ao Abelão que em seguida fez entrar o matador no lugar do combalido capitão, quando vi aquela disparada dos avantes do grande INTER numa verdadeira Blitz em direção ao arco Catalão, tive a sensação que enquanto Tezourinha dividia e comanda a turma do Rolo-compressor com a ajuda de Adilson e Librelato a empurrar Iarley, Gabirú e Luis Adriano para o fulminante ataque final,  Hermínio ajudava Índio e o Eller a liquidar com todos as tentativas espanholas. Na meta colorada  sem que ninguém pecebesse La Paz se colocava de um lado de Clemer para qualquer eventualidade que contava ainda com uma mãozinha do Shneider.

Éramos muitos contra somente onze. A diferença de poder bélico era incomparável. Como se poderia,  em algum momento duvidar? E  NO DIA 17 DE DEZEMBRO DE 2006, lá estávamos nós seis abraçados, pulando, chorando e gritando da Cavalhada para Yokohama ouvir “COLORADO, COLORADO, NADA VAI NOS SEPARAR, SOMOS TODOS TEUS SEGUIDORES, PARA SEMPRE EU VOU TE AMAR”.

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By Débora Silveira

“Débora é Colorada desde criança, cresceu em uma família dividida entre azuis e vermelhos, mas escolheu o lado que lembrava a paixão, o sangue fervente e emoção pura. Sócia do Inter desde pequena, começou a frequentar o Beira-Rio em todos os jogos somente em 2004, quando sabia que a hora da virada Alvirrubra estava por chegar. Idealizadora do Arquibancada Colorada, mora em Porto Alegre e não perde um jogo no Gigante da Beira Rio. Consulesa do Sport Club Internacional do bairro Cavalhada, zona sul da Capital”.

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