É difícil entender o que acontece com o Internacional, não com o clube em si, que todos nós colorados já sabemos o quão bagunçada anda a gestão do clube, mas sim com o time colorado, que hoje tinha uma grande oportunidade de reassumir a ponta da tabela. Pois bem, tentemos entender, analisando os aspectos a seguir:

O pré-jogo: Com a derrota do líder Palmeiras no dia anterior, o domingo para o Internacional era a chance de voltar a liderança do Brasileirão 2016. Para isso e acima de tudo seria importantíssimo mantermos os tão citados até então “pezinhos no chão”.

A escalação colorada: Com os desfalques importantes do capitão Paulão, do ótimo Danilo Fernandes, mais a suspensão automática de Vitinho, titular e importante presença no ataque colorado, mesmo que por vezes contestado por muitos torcedores, começamos aquém de nossa ideal escalação, mais ainda pela infeliz tarde e convicção do treinador colorado, que já na escalação errava feio, escalando novamente Gefferson como titular da lateral esquerda (Argel viu os jogos do ano passado??). Pode parecer chato ou até implicância, mas Gefferson não merece fardar o manto colorado, já percebemos isso no ano passado em diversos jogos do Brasileirão e na Libertadores. Um jogador lento e sem atributos mínimos para formação de um lateral. Por muito menos, jogadores como o zagueiro Jackson e Leandro Guerreiro, foram deixados de lado no Beira-rio, mas esse por algum motivo obscuro é mantido no elenco. Para piorar, Argel, preteriu o experiente goleiro Muriel por um goleiro que sequer havia jogado uma partida amistosa pelo Internacional. Nada contra o jovem goleiro, mas desdenhar do reserva imediato de Danilo Fernandes para testar um novo goleiro em uma partida tão importante, é praticamente disser ao Botafogo: “Ganharemos de vocês assim que quisermos”. Ares de prepotência e desprezo pelo adversário rondavam o Beira-rio.

O adversário: O Botafogo, até início da partida era o vice lanterna do campeonato, talvez um dos piores times da Estrela Solitária de todos os tempos. E era jogo no Beira-rio, tudo indicava uma vitória do Inter, bastava jogar com seriedade e intensidade, características típicas da equipe colorada no início do campeonato.

O 1º tempo: O Inter, sem o time ideal, prepotentemente mal escalado por Argel, zombava do experiente Ricardo Gomes, com a manutenção de Gefferson na lateral esquerda e da escalação sem motivo alguma do inexperiente Jacsson no gol colorado. A comum soberba da atual gestão, viu-se no comandante colorado e consequentemente afetou o time, visto a displicência e má vontade em campo no início da partida. O treinador botafoguense percebeu isso e provou a todos os presentes no Beira-rio, que não é necessário ter o melhor time, basta conhecer a fraqueza do adversário. E a nossa nos custou caro, aos 15 minutos da etapa inicial, para decepção de todos colorados, o Botafogo já vencia por 2 gols de diferença.

Ainda no 1º tempo, houve a expulsão do volante Fabinho, aos 42 minutos, a meu ver de forma injusta, apesar da falta que de fato aconteceu em Neilton. Sendo assim, o Internacional, que já estava em uma tarde lamentável, piorava sua situação, terminando a primeira etapa com o placar adverso, jogando mal e com um a menos (ou dois, mas deixemos assim).

O 2º tempo: A segunda etapa iniciou-se com o ingresso de Alex e Marquinhos, que já aqueciam desde metade do 1º tempo. Alex, iria entrar no lugar do Anderson, mas Gefferson sentindo dores no ombro deixou a equipe, com isso Alex fez a lateral esquerda, posição em que ele atuou por muitas vezes na sua primeira passagem pelo Internacional, já Marquinhos ingressou no lugar de Andrigo, que mais uma vez não foi bem. O time mais por coincidência (a saída de Gefferson) do que por mérito do treinador, melhorou no segundo tempo. Alex, mesmo sendo o jogador mais velho do grupo, mostrava a vitalidade que antes não havia na lateral, além de uma melhor saída, contenção de bola, qualidade nos passes e lançamentos para área.

A manutenção de Anderson fez bem ao time, em comparação ao próprio Anderson do 1º tempo, ele melhorou muito, aparecendo para o jogo, participando das principais jogadas, articulando e ajudando na marcação. Assim, o Inter acordava tardiamente, acuando o Botafogo em seu campo. O adversário, mesmo com um homem mais, não conseguia conter a imposição do Internacional, que na força e na vontade descontava aos 25 minutos, após uma bela arrancada, Anderson lançou Marquinhos e esse serviu Sasha, que bateu cruzado fazendo o primeiro gol colorado. A torcida mal teve tempo de comemorar, quando aos 26 minutos, o Botafogo fez valer sua vantagem numérica e ampliou o placar em mais um contra-ataque.

O Inter, mesmo com o placar adverso e com um jogador expulso, manteve-se determinado em buscar o resultado (e confesso não entender o porquê de não ser assim o tempo todo, em todos os jogos). Então, após um escanterio cobrado com perfeição por Alex, Ernando de cabeça marcou o segundo gol colorado, alimentando a esperança de pelo menos um empate.  O time tentou, teve oportunidades de igualar o placar, assim como o Botafogo também de ampliar, mas o placar ficou mesmo no 2 X 3. E assim terminou a partida, onde deixamos escapar a chance de recuperarmos a liderança.

O árbitro: Sobre o árbitro Wilton Sampaio, aqueles que ainda não guardaram, guardem esse nome, ele carrega um retrospecto de péssimas atuações em jogos da dupla Genal, prejudicando por diversas vezes os times de Porto Alegre. Passa por ele sim erros inadmissíveis na partida, como o pênalti não marcado em Ernando ainda na primeira etapa. A expulsão de Fabinho também no primeiro tempo, foi no mínimo duvidosa. Ou seja, não contemos com uma boa arbitragem quando esse cidadão apitar, é um adversário a mais para o colorado.

 

Enfim, é notável a imprevisibilidade do time do Internacional, um time capaz de vencer o Santos na Vila Belmiro, mas que padece frente a equipes limitadas como a do Botafogo.

O que sabemos com certeza e a partida de hoje nos provou isso, é a falta que faz ao Internacional a ausência de titulares como Danilo Fernandes, Paulão e Vitinho, pior ainda é a falta a visão da gestão do futebol em perceber a necessidade de reforçar a lateral esquerda do time ou a reposição de um jogador como Aránguiz. Essa mesma gestão demonstra não se preocupar com a formação de jogadores, tamanha é falta de qualidade dos atletas formados pela base nessas posições.

No todo fomos mal hoje, mas de todos, o treinador colorado foi o pior. Ricardo Gomes por outro lado, mais experiente, soube entender que a Avenida Beira-rio existia também no lado esquerdo colorado e por ali, incentivou seu time a nos atacar.

Ainda estamos no topo, no G4, mas com cada vez menos pontos de reserva. É preciso não só falar, mas cumprir o tal “pés no chão” e descalçar os saltos altos da soberba. Encarar cada partida, cada adversário como um campeonato à parte, caso contrário é abdicar da taça. Temos que ter cuidado, do jeito que está é brincar com fogo.

Fabiano Mello

By Fabiano Mello

Sou TI² (Torcedor do Internacional e profissional de Tecnologia da Informação). Sócio colorado. Torcedor de arquibancada desde 1992. Campeão de Tudo.

4 thoughts on “Mais pés no chão, menos salto alto”
  1. O que vejo de principal e pude observar neste jogo do Botafogo, é que temos laterais que vão a linha de fundo. Que bom isso, se tivermos 3 volantes na retaguarda. O Inter e o ANDRIGO venceram todas as partidas no início do campeonato, vinham vencendo o gauchão desta forma. O Dourado, (tenho visto as criticas a ele) estava sem ritmo de jogo (que não significa correr e sim saber dar o bote na hora certa, colocar-se em campo de forma a atrapalhar o adversário) e sózinho para segurar as costas do Geferson, não funcionaria é claro. Geferson na frente é um, na defesa é outro. Quero ganhar o Brasileiro.Então um a zero me basta pra ganhar os tres pontos. Neste caso, que é como o Argel sabe armar o time, no contra a taque e se defendendo muito com 3 volantes, tenho certeza que teriamos ganhos os tres pontos contra o Figuerense e contra o Botafogo no Beira Rio. Vitória tem um bom time e o Coritiba atrapalha o jogo dos outros sem conseguir jogar. É sempre difícil. Que o Argel pare de escutar os nossos grandes críticos na imprensa (jogar assumindo que é um time pequeno nos deu o titulo mundial) e coloque os tres volantes té termos um meio de campo capaz de marcar e sair para o jogo. Anderson não faz isso.Não marca. Alex não marca e não passa bem. (concordo com o torcedor que xingou ele no jogo….)Andrigo na frente de tres volantes sabe e ESTÀ ACOSTUMADO a jogar com sasha e vitinho….

  2. ALÔ VOCÊ, FABIANO! Gostei muito de tua postagem particularmente por duas colocações: a inexplicável escalação do Jackson em detrimento do Muriel, não há explicação que me convença e a manutenção do Geferson como titular, mesmo sendo claramente notável a baixa produção do Artur. Volto ao assunto, não estaria faltando “alguém” que de vez em quando tivesse uma conversa com o AF”? Quem? O VP de futebol é claro!
    Coloradamente, Melo

  3. Desculpa, mas não da pra concordar muito com seu texto. Primeiro pq o Artur anda muito mal, principalmente na defesa e todos , estavamos esperando pra ver se o Geferson nao voltaria a jogar o bom futebol do inicio da libertadores. Segundo, pq se o Muriel tivesse tomado os tres gols, o Argel seria detonado ´por todo mundo, sem exceções, incluindo vc. Todos queriamos ver o Jacson atuando.
    Pra mim os maiores erros foram a manutenção do Alan Costa e a não inclusão do Mike, nem q fosse no segundo tempo.

    1. Tranquilo Rafael, não precisa se desculpar. Que bom que cada um tem sua própria opinião. Aqui ninguém impõe opiniões, tampouco eu. E assim como tu não concordaste com a minha, eu também não concordo com a sua, apesar de respeitá-la, principalmente em relação ao que disse sobre o início da Libertadores e sobre Muriel. Mas assim é a vida, cada um vê, analisa e interpreta os fatos da melhor maneira possível. Abraço!!

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