Nós, colorados, não somos adeptos da realidade. Vivemos de alegrias e frustrações extremas que podem acontecer em um curto espaço de tempo e por isso, entramos em um duas vertentes: otimista e pessimista. Apesar de diferentes, todos querem o melhor para o Inter, só que cada um da sua maneira. A definição se refere a vários jogos, inclusive neste último: o empate contra o Fluminense por 2 x 2 pela Libertadores.

Antes da partida, os otimistas sonhavam em uma grande atuação tipo a de 1975, enquanto os pessimistas pensavam em algo próximo ao último jogo do brasileirão. Os contextos são diferentes e se parar para pensar não faz muito sentido, mas vai explicar isto para nós, colorados. Podemos fazer um estudo embasado sobre a dominância do Inter no cenário nacional durante a década de 1970 em uma terça-feira nublada, mas quando começa um jogo, podemos não raciocinar direito sobre a diferença técnica entre o Inter de 2008 e o de 2016. A emoção toma conta do nosso semblante e faz com que, mesmo na realidade, possamos manter vivas nossas formas de lidar com o Inter.
A partida começa e rapidamente a realidade se torna um pesadelo, quando Germán Cano, como um vilão de filme de herói, marca a sua maior e melhor vigarice. Mesmo com isso, nos mantemos vivos em nossa ilusão e desilusão. Até que, nos acréscimos, os otimistas e pessimistas mostraram que, naquele momento, estavam do mesmo lado. Em uma jogada praticamente divina, tudo saiu conforme o planejado para os dois tipos de torcedores. Os jogadores de branco pareciam que estavam jogando em seu habitat natural, trazendo uma calma e segurança em cada toque dado. Nada parecia detê-los e nem foram capazes. Coube a Hugo Mallo, mostrar que o otimismo estaria entrando naquele jogo e deixou tudo igual. Ainda estávamos na realidade, mas sedentos de que o sonho pudesse ocupar o seu espaço.
E ele realmente ocupou, por alguns minutos é verdade, mas que nos fez lembrar dos não tão distantes 2006 e 2010. Alan Patrick parecia o salvador de um grupo qualificado, mas sabe que sem a sua presença, não levaria a uma semifinal de Libertadores . Como um herói, tirou de cena o mais forte do adversário e no último obstáculo, mostrou que a sua finalização também é seu golpe.
Por mais que os otimistas e os pessimistas tivessem um pensamento muito similar, sabiam que a realidade podia não bater na porta. Renê, o maior nome colorado de um lado obscuro da realidade, trouxe um artifício para que o tricolor carioca pudesse tentar sair do “real”. Seu erro originou em uma mudança de sentimento de ambos os lados, dos otimistas e pessimistas. Ouvimos um barulho do outro lado do lugar, porém, não fomos capazes de derrotar a vigarice de Germán Cano novamente. Foi assim até o final da partida. Após o apito do juiz, voltamos para as nossas realidades paralelas e vidas individuais.

Diferentes e antagônicos entre si, os otimistas e pessimistas permanecerão ansiosos e nervosos até a próxima quarta e isso é o que importa. O Internacional mostra que a realidade não é parâmetro para uma relação inseparável.

Messias Stabile Fortes

By Messias Stabile Fortes

Eu não me tornei colorado, nasci colorado. Sempre digo que foi o melhor dom que Deus me deu. O primeiro jogo que eu vi por completo do Inter foi em 2010 quando eu tinha 7 anos.O Inter ganhou de 1 a 0 São Paulo pela semifinal da Libertadores de 2010. A partir deste momento me tornei muito mais que um simples colorado, acompanhando todos os jogos, indo ao Beira-Rio sempre que possível. O melhor momento foi no ano de 2014,quando eu tinha 11 anos, no qual participei de um concurso sobre a história do Internacional chamado Gigantes do Litoral. Este concurso foi disputado em 4 praias, Cidreira, Tramandaí, Torres e Cassino,os vencedores de cada praia disputariam a final que seria no dia da reinauguração do novo Beira-Rio. Eu ganhei pela praia de Tramandaí, deixando mais de mil pessoas para trás, (sendo a única criança!!) e na grande final fiquei em segundo lugar.

3 thoughts on “Os sonhos e a realidade”
  1. Alô você Messias!
    Um texto com nuances do ocorrido ontem , que poderia ser antes de ontem ou até a manifestação de um visionário do que seria amanhã . Esse torcedor que ontem vestiu a “jaqueta escarlate” poderá ser em tese o mesmo que vestirá a indumentária de outros matizes. Assim é o amante de futebol na sua plenitude com os detalhes que particularizam cada situação. Brilhante texto.
    Diretamente de Natal RN
    Coloradamente
    Melo

  2. Olá Messias, bela crônica e ressalto a beleza desse esporte que em noventa minutos nos transporta da euforia à decepção, por um gol fantastico ou uma falha bizarra de quem menos se espera.
    O importante que saímos vivos dessa verdadeira batalha do Maracanã e na próxima semana vamos medir forças novamente só que em nossa casa, e teremos mais sorte ou mais eficiência, abraço.

  3. Olá Messias, pela crônica e ressalto a beleza desse esporte que em noventa minutos nos transporta da euforia à decepção, por um gol vantastixo ou uma falha bizarra de quem menos se espera.
    O importante que saímos vivos dessa verdadeira batalha do Maracanã e na próxima semana vamos medir forças novamente só que em nossa casa, e termos mais sorte ou mais eficiência, abraço.

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