O SEGUNDO DIA MAIS FELIZ DA MINHA VIDA … Lá no final desta história vocês vão saber por que este foi o segundo dia mais feliz da minha vida.

Na noite que antecedeu o jogo do Inter contra o Barcelona, a final do MUNDIAL FIFA 2006, eu tentei dormir cedo, mas é óbvio que não consegui. Durante o dia, um grupo de Colorados, que mais tarde se tornaria a CONFRAINTER-BG, reuniu-se no mesmo local de sempre, num bar em Bento Gonçalves chamado “Viajando na Maionese”. É óbvio que toda a roda composta por homens que falam de futebol também é acompanhada por várias loiras geladas. Em nossa mesa havia aqueles que estavam com os pés no chão quanto ao resultado e isso era normal, afinal enfrentaríamos o melhor time do mundo. Mas o meu sentimento era diferente, era positivo, pois acompanhei de todas as formas tudo o que foi possível sobre este jogo, através do rádio, TV, inclusive gravando mais ou menos 12 DVDs com reportagens de todos os canais que mostravam os bastidores do grande desafio Colorado.

O dia passava, a angústia e a apreensão aumentavam. Eu precisava descansar para acompanhar o jogo que iniciaria as 08h 30min. Deitei na cama por volta da meia noite, ligado no rádio e tentando dormir. A minha esposa também estava aflita, mas nesse momento já estava dormindo.

Não lembro muito bem à hora em que ferrei no sono, mas lembro de acordar muito assustado, pois achei que havia perdido o inicio da partida. Eram apenas 04h 30min da madrugada e dali em diante não fechei mais os olhos. Eu estava com o coração acelerado, chorava sem ao menos ter iniciado a partida. O dia amanheceu e como eu havia prometido, juntamente com o meu amigo Marcelo Postal, atual presidente da CONFRAINTER, desembarcamos dos nossos carros em frente ao Viajando na Maionese exatamente às 06h 20min, juntamente com o Carlinhos, o dono do bar.

Ah, tínhamos que tomar café e por volta da 07h pedimos dois pastéis de queijo para cada um e, é óbvio, uma cerveja bem gelada, que era para regular um pouco do nervosismo.

A angústia, os batimentos cardíacos e a lotação do bar aumentavam na mesma proporção. Olho no jogo, ouvido no rádio e fim do primeiro tempo, enfim, um momento para respirar do lado de fora do bar e recarregar as baterias.

Inicia o segundo tempo, a pressão do Barça aumenta e ao mesmo tempo a minha certeza em um resultado positivo também aumentava, pois eu tinha certeza de que seríamos campeões. Aos 36 minutos do segundo tempo aconteceu o que eu já sabia. Adriano Gabiru recebe a bola de Iarley e encobre Victor Valdez e o goleiro espanhol só tem o trabalho de ver a bola nos fundos da rede.

Não lembro muito bem como fui parar do lado de fora do bar. Alguns amigos dizem que cruzei entre as grades de uma janela, mas foi à melhor sensação que o meu corpo já sentiu. Após o gol, sentei em baixo de uma árvore de um condomínio que fica em frente ao bar e comecei a rezar para que a partida acabasse e num certo momento uma senhora de bastante idade me abordou perguntando o que estava acontecendo comigo e se eu precisava de uma ambulância. Acalmei aquela querida senhora, expliquei a ela o que estava acontecendo e pedi para suspender a ambulância, pois faltavam apenas 5 minutos para o mundo explodir em vermelho. Antes mesmo de acabar o jogo, presenciei uma das cenas mais emocionantes da minha vida, vendo o meu pai, gremista, entrando de carro na rua do bar com uma bandeira do Inter e gritando que eu era CAMPEÃO DO MUNDO, que eu poderia comemorar mesmo antes de o jogo acabar pois ninguém mais tiraria o título do COLORADO.

Aquela cena me fez desabar, desabar em choro, alegria, abraços, beijos, enfim, eram mais ou menos 10h 30min e Bento Gonçalves, o Rio Grande, o Brasil, o MUNDO inteiro gritou INTER CAMPEÃO DO MUNDO FIFA. Para encerrar, gostaria de compartilhar o primeiro dia mais feliz da minha vida. Há 20 dias atrás, minha esposa me deu a noticia de que seria PAPAI, e não há algo que possa tocar mais a emoção de um homem do que a noticia de ser PAI!

SAUDAÇÕES COLORADAS


Maurício foi um dos fundadores da ConfraInter de Bento Gonçalves e o primeiro presidente da Confraria.

Avatar

By Débora Silveira

“Débora é Colorada desde criança, cresceu em uma família dividida entre azuis e vermelhos, mas escolheu o lado que lembrava a paixão, o sangue fervente e emoção pura. Sócia do Inter desde pequena, começou a frequentar o Beira-Rio em todos os jogos somente em 2004, quando sabia que a hora da virada Alvirrubra estava por chegar. Idealizadora do Arquibancada Colorada, mora em Porto Alegre e não perde um jogo no Gigante da Beira Rio. Consulesa do Sport Club Internacional do bairro Cavalhada, zona sul da Capital”.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.