Li uma reportagem que relatava o seguinte:  “O volante Guiñazu acredita que é necessário jogar antes pelo estadual para que o grupo pegue ritmo e chegue forte no Equador para enfrentar o Emelec“. “O jogador sempre quer jogar, nós podemos treinar o ano todo, mas o que dá o ritmo de jogo, a pegada, a marcação e o funcionamento do time, é o jogo valendo. Então sempre jogar valendo é importante, ainda mais antes de uma estreia na Libertadores”, comentou.

Criou-se um mito no Departamento de Futebol de que devemos preservar nossos jogadores para partidas e torneios mais importantes. Isto evitaria desgastes físicos, riscos de lesão, cartões amarelos, etc. Fez-se isto todo o segundo semestre de 2010, para não ficar levantando situações similares nos demais anos anteriores. Houve muitas críticas em relação a esta decisão estratégica, uma vez que víamos títulos que poderíamos conquistar serem desperdiçados. E, pior ainda, com sequência de derrotas humilhantes, com time misto, com time reserva e, pior ainda, com o time titular, em fase final de preparação. Isto mesmo, quando os titulares voltavam, continuávamos a perder, só que com a justificativa de estarem retomando a preparação física e técnica.

Pois agora leio, do jogador símbolo de raça nos últimos anos, que jogador tem que jogar. Até parece brincadeira tal frase. No entanto, ela traz consigo uma carga de informações que devemos saber decodificar para analisar os fatos. Sem dúvidas que penso que sempre devemos objetivar os títulos maiores. Temos time, temos estrutura para tal. Diferentemente do que vemos em clubes rivais, que só disputam regionais. No entanto, pelas palavras de “el Cholo”, há que se manter o espírito competitivo na equipe. E é só disputando jogos que se mantem e/ou adquiri isto. Não estou sequer mencionando o inchaço que o INTERNACIONAL enfrenta hoje, que daria para manter uns 2 ou 3 times disputando títulos diferentes simultaneamente. Falo da equipe principal.

Então, cai o mito da necessidade de preservar o time, nos moldes que estamos fazendo, ou o nosso símbolo de competitividade, “el Cholo” Guiñazú está louco?

Nolci Santos / Porto Alegre – RIO GRANDE DO SUL
Colorado……nada vai nos separar!!!

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By Nolci

“Apesar de pressionado pelo lado errado da família, optou pelo INTER contra tudo e contra todos. Participou da Torcida Camisa 12 no início dos anos 70 e foi fundador da FICO. Acreditou no Colorado e sua paixão o fez atravessar o mundo para conquistá-lo em Yokohama. Também foi a Dubai, em 2008, onde presenciou aquela grande conquista. Esteve em Abu Dhabi, em 2010. Foi fundador da Confraria TAMBORES DE YOKOHAMA e seu primeiro Presidente. Acreditou no projeto ARQUIBANCADA COLORADA, mora em Porto Alegre, é sócio FUNDADOR do Parque Gigante, sofre com as “cornetas" nas cadeiras do Beira-Rio e é Conselheiro do INTERNACIONAL".

12 thoughts on “Cai o mito ou o Guiña é louco?”
  1. Depois do dia 14.12.2010:
    com toda a certeza, a falta de ritmo de jogo prejudicou e muito as chances de o Inter conquistar o Mundial FIFA pela 2a vez.
    2 meses e meio antes do Mundial o Inter parou de jogar futebol e se “poupou”. Depois do ocorrido ficou fácil se concluir que se o time estivesse lutando pelo brasileiro teria muito mais chances de vencer o Mundial.
    Na minha opinião não tem de poupar – o Tite era o rei da “poupação”, fazia média com os jogadores – quanto mais se joga maiores as chances de se vencer.
    Ah… e se alguém se machucar?!? O elenco supre! O time estando alinhado, a saída de um ou dois craques não desafinará a orquestra.
    Por falar no grande Guina, ele jogou muito mal (parecia desinteressado e até perdido) no primeiro jogo do Mundial FIFA 2010.

    Um abraço aos Colorados e Coloradas,

    Rogério.

  2. Pra mim os caras tem é que jogar sempre !! Claro que existe o ponto de equilibrio em tudo o que se faz na vida, mas acho que estão poupando os caras demais! Nesse caso específico de futebol, a eficácia vem com a prática !! O time tem que se conheçer jogando pra valer e não fazendo jogo de bobinho no meio do campo suplementar…

  3. Louco é quem fica priorizando campeonatos e depois vem com a desculpa de que o time está sem ritmo. Ora, vamos colocar o time principal para jogar que o ritmo vem naturalmente. Guiña não é louco, quem derá que todo louco tivesse a lucidez do Guiña.

  4. Nolci
    Mas você deu uma olhadinha nos campeões mundiais brasileiros? Veja como foi o desempenho no brasileiro antes do mundial.
    Aureo

  5. loucos foram CELSO E FERNANDO CARVALHO com seus ridiculos planejamentos de 2010 e seus ridiculos jogadores de carteiraço, MATHIAS, RENAN, CONE
    Esta conta do pífio desempenho em 2010 pós libertadroes será eternizada como um retumbante fracasso e uma retumbante arrogância de quem não deu o braço a torcer, mesmo tendo resultados pifios em campo

  6. Grande Nolci, esse é o espirito de jogador que da gosto de ver vestir o manto Colorado, esse é o jogador de sobrenome estranho que faz os meus filhos vibrarem a cada disputa de bola e me faz torcer ainda mais quando ele se aventura no ataque e arrisca um chute a gol. Guiñazu não é louco, louco é quem tem um jogador como ele no elenco e resolve poupa-lo. Com Guina no INTER ficou mais fácil ter que explicar ao meu pequeno Fábio Lucas o porque do entra e sai de jogadores no futebol atual.

  7. Nolci,
    Tens o meu apoio. Não concordo com este planejamento em que sempre é priorizado um campeonato que não é aquele que o clube esta disputando, mas o outro campeonato. O Inter fez isso em 2.007 quando retornou do mundial onde foi campeão, fez isso também no ano passado quando perdeu o gaucho e o brasileiro e hoje esta repetindo a mesma politica. Tendo em vista que este planejamento não deu certo, por que repetí-lo? O que passa na política interna?

    1. Ricardo, o Futebol do INTER é totalmente blindado. Por um lado é positivo, pois não permite a contaminação em momentos ruins. Por outro lado, em não havendo espaço para discussões, ficamos à mercê dos Dirigentes. Penso que o Conselho Deliberativo do Clube tenha que trabalhar este aspecto, visando ter mais espaço e, também, auxiliar no controle das coisas do Futebol. Por que não? Nosso grupo político está trabalhando isto. Esperamos mudar este quadro. Um abraço. Nolci

  8. Olha..existem dois tipos de jogadores; os bleiros (sua maioria) que querem jogar sempre e os chinelinhos que pisam na lâmpada pra não jogar bola. O DP tem suas razões de preservar. Mas se preserva demais corre o risco de acontecer o que aconteceu… uma intertemporada fora dos planos. Neste caso colorado, acho que o time devia ter jogado mais. Hoje não sabemos qual é o time titular e o esquema de jogo do time. É uma lástima!

  9. Caro Nolci
    Louco não é, mas é um ponto fora da curva quando se trata de preparação física! Não é muito comum treinar de jaqueta no verão e nao deixar o médico entrar em campo quando lesionado! 🙂
    Mas míto é por definição uma crença que nao se confirma, correto?
    Da para olhar a estratégia dos campeões mundiais e da Libertadores brasileiros e ver se houve preservacoes ou nao. Parece-me que a única excessao foi o Inter do Abel, que fez um ótimo brasileiro em 2006.
    Aureo

    1. Grande Áureo. Confesso que não tinha me detido no conceito real de Mito. Recorri ao Wikipédia e li o seguinte: “O termo “mito” é, por vezes, utilizado de forma pejorativa para se referir às crenças comuns (consideradas sem fundamento objetivo ou científico, e vistas apenas como histórias de um universo puramente maravilhoso) de diversas comunidades“. Penso que esta crença de que jogador tenha que ser poupado vai de encontro ao que o Guiña disse e, também ao que se vê em esportes como tênis, basquete, vôlei e outros. São esportes que demandam tanta ou mais energia do atleta do que o futebol. E eles, cada vez mais, intensificam suas participações. Obviamente que, um mês antes de uma grande decisão, Prudente x INTER, no interior de SP, não vamos levar o time principal. Mas e jogos no Beira-Rio. Ou mesmo nas capitais São Paulo e Rio de Janeiro? Jogador tem que jogar. Se não fizer isto, cai na gandaia, sobra energia prá sacanagem, perde o tempo de bola, se desacostuma com um adversário cutucando seu tornozelo, etc. A alegação de que deve-se evitar risco de lesão não pode ser levada tão a sério como foi feito no INTER no segundo semestre. Abandonamos a competição na virada do turno. Depois colocava uns 4 titulares num jogo, no outro tirava aqueles 4 e botava outros 4. Como iriam pegar ritmo de jogo? daí vieram aquelas fiasqueiras antes de viajar: perder para o Avaí, em pleno Beira-Rio. Ah…quanto às lesões, o Índio caiu de um pufe, de madrugada, e cortou o pulso. O D’Alessandro levou uma chegada num treino e não jogou a segunda partida desta Libertadores. Isto acontece. Hoje em dia existem exames sofisticadíssimos que identificam o grau de estresse muscular dos atletas. O INTER faz este acompanhamento. Entonces, estando OK nos exames, tem que botar estes FUNCIONÁRIOS DO INTER para trabalhar. Ganham muito para ficarem um semestre inteiro dando corridinhas em volta do gramado. Um abraço. Nolci

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