Já tinha o texto pronto quando li na internet a notícia do pedido de desculpas do zagueiro Juan. Gesto bacana, reconheceu o erro, ok, mas ele não agiu corretamente no último domingo.

Eu como torcedora, como sócia do Clube do Povo, senti-me profundamente ofendida, não com a expulsão e o prejuízo a equipe, mas com o papelão que o atleta promoveu. Todos conhecem o temperamento destemperado do Juan, que vira e mexe ele não toma a atitude mais adequada para a ocasião, sofre expulsões infantis, mas no domingo ele revidou as vaias do torcedor. Para quem não estava próximo a saída do vestiário irei descrever como tudo aconteceu.

Ao se aproximar da entrada do vestiário o torcedor começou a vaiá-lo fortemente, ele por sua vez começou a gesticular com as mãos, como se quisesse dizer que a torcida fazia barulho demais (lembram do Tite pro Felipão no “fala demais”), estufou o peito para frente e falar alguma coisa como se revidasse as vaias. Ao começar a descer as escadas balançou o braço como quem diz “ah, vão se catarem… não me encham”, pegou uma bola e a chutou com toda a força e raiva em direção da arquibancada, que bateu na parede interna do vestiário sacudindo o acrílico e entrou vestiário adentro gesticulando muito.

Pode parecer um momento de cabeça quente, mas se o Juan quer ser um grande atleta, um grande profissional, deve começar respeitando o seu torcedor. Justo ele que no início deste ano nos encheu de orgulho no mundial sub 20, sendo o único atleta a tremular a bandeira do seu clube de formação.

É um jovem com muito potencial, muito a crescer, mas com esse temperamento pode se perder na próxima esquina. Por isso digo, que alguém, literalmente, encoste nesse menino e diga para ele o que é certo e errado, pois só assim ele poderá mostrar o futebol que ele tem. Cabeça quente que funciona é só o de palito de fósforo.

O pedido de desculpas oficialmente é um gesto nobre, mas se podemos evitar os problemas, para que correr atrás depois para reparar o erro. A juventude é assim, primeiro age e depois pensa, mas acredito que o nosso zagueiro já começou a aprender com seus próprio erros e a amadurecer.

Débora Silveira – Porto Alegre/RIO GRANDE DO SUL
INTER, para sempre eu vou te amar!

 

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By Débora Silveira

“Débora é Colorada desde criança, cresceu em uma família dividida entre azuis e vermelhos, mas escolheu o lado que lembrava a paixão, o sangue fervente e emoção pura. Sócia do Inter desde pequena, começou a frequentar o Beira-Rio em todos os jogos somente em 2004, quando sabia que a hora da virada Alvirrubra estava por chegar. Idealizadora do Arquibancada Colorada, mora em Porto Alegre e não perde um jogo no Gigante da Beira Rio. Consulesa do Sport Club Internacional do bairro Cavalhada, zona sul da Capital”.

13 thoughts on “Respeito ao torcedor”
  1. Criticar o Juan? Tudo bem, ele errou feio, foi infantilidade. Mas eu critico mesmo é a nossa grana que se esvai pelos ralos com Zé Roberto, Jô e Rodrigo da vida que estão no plantel fazendo o q?

  2. Débora, penso que muita coisa está equivocada gerencialmente em nosso Internacional. Caso haja dúvida, vejam o número de cartões amarelos, expulsões e resultados muito aquém dos esperados. Estou incluindo jogadores jovens e veteranos. Até tem jogador que se nega a jogar em determinados jogos e é titular… Disciplina, respeito e responsabilidade cabe em qualquer lugar e em qualquer um. Penso que é hora de pensar seriamente em futebol e respeitar a grandeza de nosso Internacional. Temos que valorizar tudo o que de bom foi feito até agora, mas exigir a correção imediata do que está errado e que tem prejudicado o nosso clube. Penso que o treinador atual ainda não teve as condições ideais para impor seu método de trabalho, suas idéias ou, na pior das hipóteses, novamente é mais uma contratação equivocada. 2012 está chegando e muita coisa deve ser acertada logo, para que tenhamos novamente um ano vencedor e que nos faça esquecer esse sofrimento todo de 2011. Espero, assim como você, que todos entendam que o importante é nosso Internacional e quem colocar nosso manto colorado, dirigente, jogador, funcionário ou torcedor, tem obrigação de respeitá-lo e honrá-lo acima de qualquer outro interesse.

  3. Boa, Débora! Essas coisas não podem ser esquecidas tão rapidamente. Episódios como esse devem ser enfrentados e depois superados. Se toda essa energia tivesse se manifestado positivamente, não teríamos perdido o jogo. Faltou ao Juan, mas não somente a ele, chegar mais junto, marcar melhor. Reclamações e gestos inconformados dos nossos atletas não nos levarão à Libertadores. Punição, sim! Garra e luta até o fim! SC

  4. Débora,
    A partir do momento em que Juan quis se pronunciar e pedir desculpas para todos nós, mostrou que tem maturidade. Mas, cá entre nós, de cabeça quente todo mundo faz besteira. Deixemos isso no passado. Esse guri é um ótimo zagueiro, conquistou nossa confiança. Que ele cresça e aprenda a respeitar a parte mais importante de um clube de futebol: o torcedor.

    SC

  5. Alô você Débora!
    Não vou comentar o jogador, vou comentar o funcionário do Inter. Em algumas coisas o Inter cresceu em outras está andando muito lentamente o nem andando está. Vejamos esse caso analizado sob o prisma entidade. O atletas e outros funcionários do Inter sabem que caso não existissem torcedores eles não teriam emprego? Oficialmente a direção promove palestras nesse sentido? Em minha ótica isso deveria começar nas categorias de base, é feito? Urge que se faça. É comum ver-se cenas em que jogadores reajgem à semelhança do Juan. É claro e evidente que nesse caso, a menos que me engane muito, está o dedo do Fernandão nesse pedido de desculpas. Em minha opinião a punição imposta deveria ser pública para que servisse de exemplo epara que o tocedor e especialmento o sócio se sentissem valorizados.
    SC

  6. Realmente Débora, isso não podia ficar esquecido.
    Eu confesso que gosto da zaga formada por Juan e Moledo, mas como o Evandro disse, esse Juan já está causando problemas demais.
    Acho que o Dorival e o Fernandão já devem ter tido uma conversa com ele, e se não tiveram, deveriam ter.
    O grande problema é que o nosso Inter precisa de renovação na zaga, e pelo jeito o Juan não se encaixa no perfil necessário. O negócio é vender mesmo.

  7. Dóbora, este mesmo Juan, já se desentendeu com o DAlessandro num coletivo, chegando forte demais e sem necessidade.
    Este mesmo Juan, já foi chamado atenção dentro do clube.
    Este mesmo Juan, já foi chamado atenção na Seleção, momento em que fez faltas estúpidas e desnecessárias, sendo expulso e na TV os caras falaram a mesma coisa : “Alguém deve conversar com este jovem”, enfim, pelo visto não tem jeito, é um outro Walter, só falta se trancar no apartamento.
    Ouvi que tem propostar por ele, então que o INTER venda logo antes que vire problema maior, pois técnica não tem e nem temperamento.
    Nos últimos jogos, o velho Indio quando entrou, jogou muito mais que o Juan e ainda se impõs.
    Sou favorável de vendê-lo assim que possível.
    Abç.

    1. Pois é Evandro, tb concordo com a venda dele enquanto está valorizado por causa da Seleção. Mas é um menino jovem, tinha que criar juízo! 🙂

  8. Olha Débora, no caso desse jogador acho que seu destino poderá ser o mesmo do Valter. Com toda a estrutura multidisciplinar que o INTER disponibiliza e o jogador que não consegue um razoável equilíbrio dentro e fora do campo denota que não está levando tão a sério a sua profissão. Se for um problema da juventudade e da imaturidade, tem como resolver. Mas, no caso do Juan, me preocupa mais ainda a sua pouca evolução técnica. Precisamos ter mais segurança e personalidade na sua posição. O Moledo também é novem, não tem a mesma base de formação do Juan, mas está ocupando melhor o espaço. Precisamos de uma zaga com mais imposição.

    1. Oi Luciano, acho que ele não é tão maluco quanto o Valter, mas pode ser perder na sua caminhada do futebol e virar um jogador qualquer. Se M, que assuma, não venha querer brigar com a torcida. Toda a vez que o D’Ale se desentendeu com a torcida, mostrou em campo seu futebole calou a boca dos críticos. Acho que o Juan tem que pensar assim, jogando dentro de campo e não dando chilique fora dele.

      Grande abraço

  9. Débora:
    Meus parabéns pelo texto e principalmente pelo teu pensamento. Por estar longe não vi estes gestos dele, mas sem ter visto já estava irritado com a forma como ele tinha sido expulso. Acho que o gesto dele pedindo desculpa para torcida ameniza o problema além de ajudar a ele amadurecer e pegar um pouco mais de humildade, quem sabe agora ele não dá a volta por cima. Como tu mesmo escrevestes só por empunhar uma bandeira do nosso clube em uma competição onde ele representava uma seleção brasileira campeã já é motivo de orgulho e um voto de confiança.
    Saudações Coloradas.
    Cláudio R. Vidal

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