Queremos tudo lindo como esse estádio (imagem: Yahoo)
Queremos tudo lindo como esse estádio (imagem: Yahoo)

Antônio Carlos Pauperio

 

Dificilmente iremos encontrar unanimidade na definição de quais competências ou qualidades uma pessoa deve ter para ser dirigente de um clube de futebol. Não penso aqui, de forma alguma, fazer uma crítica pessoal a quem quer que seja ou querer ser o “arauto da verdade”. Como um simples torcedor, gostaria de contribuir e penso que esse momento analisar qualquer direção de um clube, passa primeiro pela avaliação do sentimento de seus integrantes em relação ao clube, ao tempo de disponibilidade ao clube, entendimento do senso de responsabilidade estar acima da paixão, mas não afastado da paixão, capacidade de exercer função de gestão, tendo uma visão/planejamento clara de futuro a curto, médio e longo prazo e de trabalhar harmonicamente em grupo, praticar uma mescla de humildade (para ouvir e aprender) e ambição (para procurar sempre o crescimento) e, finalmente, exercer o equilíbrio emocional nas vitórias e adversidades. Difícil, não?

Nossa análise deve iniciar pelos resultados da direção, não de um dirigente específico, pois estamos tratando do esforço desprendido pelo conjunto que se propõe a dirigir um clube. Pensando no momento de nosso Internacional, não percebemos resultados melhores e crescentes, muito pelo contrário, percebemos um “bater pé” no mesmo lugar, a prática repetitiva dos mesmos equívocos, a demora em decidir e adotar ações corretivas para ajustes de direção e a insistência em pontos de vista, questionáveis por qualquer leigo.

Quanto ao sentimento dos seus integrantes em relação ao clube, acredito que todos os dirigentes de nosso Internacional nutrem amor incondicional ao nosso clube. Não vejo como questionar isso, basta ver o empenho a que se dedicam às suas missões.

Sobre o tempo de disponibilidade de seus integrantes ao clube, acredito que todos os dirigentes devem sacrificar e comprometer parte do tempo de suas atividades profissionais para se dedicarem às suas funções no clube. Por esse sacrifício, comprometimento e dedicação, merecem só elogios.

Sobre o entendimento do senso de responsabilidade estar acima da paixão, mas não afastado da paixão, acredito que algo possa ser melhorado, pois temos vividos fatos que não condizem com a responsabilidade perante a preservação da imagem e história do clube (episódio do exame em todos os jogadores Colorados e essa permanência fora ou como coadjuvante em grandes competições), assim como uma demora exagerada em ouvir a torcida Colorada que anseia pela formação de um grande time, capaz de grandes conquistas, que volte a orgulhar a todos e que honre o Beira Rio.

Sobre a capacidade de exercer função de gestão, tendo uma visão/planejamento clara de futuro a curto, médio e longo prazo e de trabalhar harmonicamente em grupo, também podemos encontrar pontos de discordância. Acredito que a gestão de nosso Internacional não espelha planejamento em suas ações e não parece haver trabalho harmônico de grupo, mas sim sintomas de ”top dow”. A falta de profissionalismo se apresenta claramente na análise nas avaliações do grupo de trabalho. Não me parece lógico manter, por tanto tempo, um comando técnico quando o resultado do seu trabalho está muito aquém das excelentes condições de trabalho que tem e do grupo de jogadores que é colocado à sua disposição. Percebe-se um crescente comprometimento na imagem e qualificação de jogadores contratados ou vindos da base, tanto na parte técnica, como na financeira. As principais carências do plantel profissional não são preenchidas, apesar de identificadas e comprometedoras.

Sobre a prática de uma mescla de humildade (para ouvir e aprender) e de ambição (para procurar sempre o crescimento e conquistas), me parece um dos pontos mais críticos. Constantemente vimos afirmações de “Joãozinho do passo certo” ou de perseguição. Os erros ou equívocos nunca são admitidos como internos e os outros servem apenas de “bode expiatório”. Em certos momentos a impressão que temos é a colocação se trata de que o certo sou eu e os outros deverão se curvar a mim e aos meus conceitos. Um erro, não um equívoco, pois é uma demonstração de falta de humildade, atraso de comportamento e equívoco de convicção. Nunca é tarde para aprender e crescer. Praticar a humildade de observar os outros e aprender com eles, principalmente do que possuem de bom para ensinar, significa crescer.

Sobre exercer o equilíbrio emocional nas vitórias e, principalmente nas adversidades, é ponto fundamental para o comportamento equilibrado dos jogadores e da torcida. Hoje, ninguém engana mais ninguém. Existe um equilíbrio maior de inteligências e visões do que está bom ou não. Em determinados momentos, palavras não soam bem aos ouvidos e agridem a quem tem um mínimo de visão, sentimento e raciocínio lógico. Nessas horas é melhor ficar quieto, “olhar para dentro” e tentar identificar o que pode ser melhorado e não perder tempo para a imediata correção.

Em primeiro lugar, gostaria de deixar muito claro que nosso Internacional desperta, em todo o território nacional, um sentimento muito estranho de se entender. Não consigo decifrar. Sinto apenas que se trata de um grande clube a ser batido, em qualquer competição. As mínimas informações sobre percalços de nosso Internacional ganham destaque em todo o Brasil. As razões construtivas não encontro. A primeira conclusão é de que se trata de um grande clube e que suas conquistas “incomodam” muita gente. Por essa razão, luto com todas as minhas forças para que nosso Internacional seja cada vez maior e mais vencedor.

Finalizando, acredito que a direção do clube deve procurar melhorar sua imagem com a torcida Colorada, praticando mais claramente profissionalismo e paixão, tornando públicas essas informações, evitando falsas ou maldosas interpretações e a nós, pensarmos no que queremos para nosso Internacional, se continuar sendo coadjuvantes ou sermos protagonistas.

 

Antônio Carlos Pauperio

By Antônio Carlos Pauperio

Sou apenas mais um dos simples torcedores do nosso INTERNACIONAL. Atualmente resido em Salvador, na Bahia, mas mesmo distante continuo sempre acompanhando e torcendo pelo sucesso de nosso Colorado e pela alegria da nossa torcida. Para acompanhar o que escrevo, fora do nosso blog, acesse o endereço http://discutindoavidanormal.blogspot.com

2 thoughts on “Direção de um clube”
  1. Alô você Pauperio! Vamos levar algum tempo até que se tenha consciência de que amigos são para convivência pessoal até que se comprove que tenham qualidades e aptidões que façam dele TAMBÉM um parceiro dos projetos profissionais. Presentemente no INTER é possível se verificar em diversas áreas pessoas com sabido conhecer suficiente para desenvolver um belo e reconhecido trabalho, mas também percebe-se que por mais esforço que faça alguns guindados a condição de mandatário não conseguem dar resposta. Prova inequívoca de que a escolha não foi baseada em “saber” , profundo conhecimento. Reforço tua observação de que não está na Pauta o julgamento da pessoa até porque acho leviandade fazer acusações pessoais gratuitas . Ninguém e mais Colorado do que Ninguém.

    1. Plenamente de acordo com tuas colocações, principalmente “ninguém é mais Colorado do que ninguém”, simplesmente torcemos livremente e democraticamente pelo nosso Internacional. A nós cabe apenas a ilusão de tentar, de alguma forma, ajudar a construir um Internacional maior.

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