Um Blog que tem memória!

SEGUINDO NOSSA PROPOSTA seguimos republicando a seção ” há oito anos atrás”.

 Vamos republicar nas terças-feiras e nos domingos durante os meses de janeiro e fevereiro as  postagens  publicadas naquele período. 

 

A paixão clubística é um assunto interessante. Nas rodas de botequim, em que impera, invariavelmente, a revolução do copo (tudo é possível, até amanhã), todos, ao menos uma vez na vida, já indagaram o companheiro sobre o porquê da eleição do vermelho ao invés do azul; e vice-versa.

As respostas não são, como era de se esperar, uniformes. Dizem alguns: “devido aos meus pais”; outros: “meu tio me deu uma camisa e me colocou na escolinha de futebol”; e, não se pode esquecer, os desavisados: “sei lá, nunca parei pra pensar, pegamos a saidera?”

A par dos diversos estudos científicos desenvolvidos sobre a temática, sabemos, apenas, que essa opção está atrelada ao lado emocional – e não, racional – do indivíduo. Mas, qual seria a intensidade desse sentimento?

Essa indagação veio como uma tempestade quando resolvi viver uma experiência acadêmica no exterior. A possibilidade de me ausentar, ainda que por um breve período, do cotidiano do clube, do Gigante da Beira-Rio, demonstrou-se angustiante.

Antevendo tal situação – e como uma forma de me manter próximo do clube -, resolvi, já às vésperas da viagem, verificar se a cidade em que residiria pelos próximos anos (Coimbra, Portugal) teria um consulado. Xeque-mate! Antes mesmo de aprontar o meu passaporte, já possuía o registro de cônsul, o que, para alguns amigos e familiares, beirava a insanidade.

Chegando a Coimbra, no ano de 2007, busquei acompanhar, diariamente, as notícias do Colorado, muito embora a diferença de fuso horário. Ouvir os debates esportivos e assistir aos jogos – pela internet, é claro – era um verdadeiro périplo, parecia um pau de enchente: “tranca aqui, trava lá, se enrosca acolá, anda um pouquinho, volta a trancar”. E por aí vai!

Com o transcorrer das estações, percebi que a minha rotina clubística superava, até mesmo, o tempo que despendia ao Colorado quando residia em Porto Alegre. A distância, então, com suas limitações inerentes, serviu como uma força motriz, a revelar uma paixão sem limites.

Sou INTERNACIONAL e sempre creditei tal condição à influência paterna. A descoberta dessa intensidade, contudo, fez-me revisitar essa natureza das coisas. Acho que sou colorado, simplesmente, porque tinha que ser. Como dizia Nelson Rodrigues “Deus está nas coincidências”!!!

E você, por que é Colorado? Se quiser abrir uma cervejinha, esteja à vontade! 

Coluna Internacional – Cristiano Flores – Coimbra/PORTUGAL
Academia do povo só tem uma !

6 thoughts on “Uma paixão além mar – (Há oito anos atrás)”
  1. Bom,pessoal, após o jogo, só tenho a dizer o velho chavão: valeu pelo resultado!
    Que coisa horrorosa a atuação do Inter! Olha, no primeiro tempo deveria ter saído até perdendo, com um pênalty sonegado ao grande Princesa do Solimões.! Aqui cabe um parênteses: se diz que o Colorado ainda está sem o melhor preparo físico, inicio de temporada. Tudo bem, é certo. Mas e o Princesa do Solimões, que estava há 4 meses sem jogar? Vão dar esse desconto também?
    Do Inter do ano passado, só vejo melhora nas laterais. Para quem tinha Arthur e Geferson, Uendel é Nilton Santos!
    O miolo da zaga é a mesma dupla fracassada de 2016.
    Dourado continua o mesmo. O que realmente é: volante de marcação. Lento e ruim de passe. Apesar da estatura, mau cabeceador.
    Charles deu uma recaída? Ou não era tudo aquilo que mostrou em jogos anteriores? Fica a dúvida.
    Meia cancha do Inter é lenta, sem compactação, sem velocidade, sem intensidade, sem se deslocar tanto para atacar como para defender. Ou recompor. Quando teremos uma meia cancha móvel, rápida e eficiente, pelo menos parecida no modo de jogar com aquela dos Gambás: Ralf, Elias, Jader e Renato Augusto? Que no campeonato fez 23 gols? Quando?
    Nosso ataque é ineficiente. Não chega, não chuta.
    E isso contra o poderoso Solimões!
    É, pessoal, a coisa continua muito feia!
    Abraços aos colegas do Blog!

  2. Apenas para explicar que bixo preguiça foi proposital, até porque os bichos, na grande maioria, correm muito, exceto bicho preguiça, o cágado ou a tartaruga. rsrsrs

  3. Acabou Inter e Princesa do Solimões…meu Deus do céu….o que que foi aquilo…? o que fizeram com o Inter? Sinceramente estava vendo que iríamos tomar gol de um time semi amador…o Zago precisa acordar….

    Alemão – muito mal. É menos que Junio e muito menos que William.

    Carlinhos – estragou o desempenho do Uendel e parece um bixo preguiça em campo. Lento demais. Não dá para inventar contra um time semi amador para que improvisar?

    Diego – mais um jogador burro no elenco…um leão de treino…

    A Zaga continua com uma lentidão de dar dó. De novo, contra um time semi amador.

    Charles foi fogo de palha? segundo jogo que não repete o mesmo futebol dos dois primeiros jogos.

    Enfim, não dá para avaliar ninguém positivamente, porque é um time adversário muito aquém do que aqueles que o Inter vai enfrentar.

    Enfim, a cada jogo parece que o Inter joga menos.

  4. Em 2009 fizemos no dia 04/04 uma carreata e jantar do Centenário,que Blumenau ainda não havia visto em celebração fora de alguma conquista.
    Sendo blumenauense,com muito orgulho,sem raízes ou descendência gaúchas e não tendo tido influencia Colorada ou do outro time,nessas paragens soa estranho não torcer por times cariocas ou paulistas.
    Na entrevista que participamos no Jornal do Almoço da RBS,o repórter por saber de minha naturalidade,me perguntou o porque dessa escolha.
    E a resposta,rápida e espontanêa: Paixão a gente não explica.Ela simplesmente nos alcança.Química pura.
    Além de muito bom gosto.
    Vejo hoje,ainda mais pelos bons companheiros e amizades feitas através do INTER,se tratar de uma das melhores escolhas que fiz.
    E logicamente,dentro da família a torcida Colorada só faz aumentar.

  5. Belo tema, Cristiano. Venho de uma família que, por parte do pai, era tradição torcer para o GFPA. Por parte de mãe, pessoas mais simples, eram todos Colorados. Meu pai me levava aos jogos, mas eram os meus tios quem mais me falavam de futebol. Eles respeitavam muito o meu pai, por isso não avançavam muito. Até que chegou o momento em que eu pude escolher. Minha mãe escondia a informação que eu ia no jogo do INTER. Como eu morava no mesmo prédio do Claudiomiro e do Valdomiro, ficou mais fácil ainda. Até em treinos eu ia com eles. Quando fiquei um pouco maior, entrei para a Torcida Camisa 12. Isto já no início dos anos 70. O primeiro dia que meu pai me viu com a camisa do INTER foi num greNAL. Enlouqueceu. Me tirou a mesada. Minha vó, tios e primos paternos me chamavam de “sem personalidade”. Ficaram longos anos me tratando como um estranho. Quando viram que não adiantava nada, passaram a me sacanear, pois enfrentei os terríveis anos 80 e 90, perdendo, mas convicto de que havia feito a opção certa. Quando estava em Yokohama e o juiz apitou o final do jogo, lembrei dos meus tios Colorados, um por um, que já estavam no céu. Olhei para cima e chorei, agradeci, vibrei. Obrigado “tiozada” por terem me mostrado o caminho da felicidade.

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