Havia um único lugar em que mais de 4 milhões de pessoas queriam estar: Estádio Beira-Rio. Este palco, construído de uma maneira inimaginável que foi levantado graças ao esforço de sua torcida, também mostrou-se presente desde o início da partida.

 

Parecendo espectadores de cinema, estavam vidrados naquela tela imersa ao campo. O apoio, o canto e os braços levantados foram perceptíveis nos jogadores, que com um toque de mágica, foram impactados pelos sentimentos de cada um dos 49 mil colorados. Aos 13 minutos, aconteceu a catarse, Enner Valencia recebe de Wanderson e chuta livre.

 

O Estádio treme, podendo ser notáveis os balanços do concreto e a alma do Beira-Rio ser percebida e ouvida por todos ao redor. Com este cenário, não tinha como a noite não ser a nossa.

 

No segundo tempo a magia permanece. Os maestros alvirrubros ditaram a atração, para que os músicos exercessem seu trabalho da melhor maneira. Pensando nos maestros e no coletivo, esses funcionários percebem que poderiam ir além e sobrou para Valencia transformar o Beira-Rio em um caldeirão novamente.

 

O equatoriano, frio do jeito que é, mostrou que toda a euforia na chegada valeu a pena.  Ele se sente em casa e feliz, como um pianista com o seu piano. Os maestros mantiveram seu ímpeto musical, mesmo quando um músico cometeu um deslize, dando arma ao adversário tentar ter uma sobrevida.

 

Coube a Chino Rochet manter o sorriso no rosto de cada um dos presentes, ao fazer uma defesa fácil e tranquila, mas significativa para quem esteve lá. A catarse voltou, trazendo um canto dos maestros, que fez este arqueiro, tão frio e seguro, derramar lágrimas enquanto era desempenhada sua função.

É a magia do futebol. A magia do Beira-Rio. A magia do Internacional.

 

O desejo pelo tri continua e vamos mantê-lo à tona, sem esquecer de quem somos e da onde viemos.

Messias Stabile Fortes

By Messias Stabile Fortes

Eu não me tornei colorado, nasci colorado. Sempre digo que foi o melhor dom que Deus me deu. O primeiro jogo que eu vi por completo do Inter foi em 2010 quando eu tinha 7 anos.O Inter ganhou de 1 a 0 São Paulo pela semifinal da Libertadores de 2010. A partir deste momento me tornei muito mais que um simples colorado, acompanhando todos os jogos, indo ao Beira-Rio sempre que possível. O melhor momento foi no ano de 2014,quando eu tinha 11 anos, no qual participei de um concurso sobre a história do Internacional chamado Gigantes do Litoral. Este concurso foi disputado em 4 praias, Cidreira, Tramandaí, Torres e Cassino,os vencedores de cada praia disputariam a final que seria no dia da reinauguração do novo Beira-Rio. Eu ganhei pela praia de Tramandaí, deixando mais de mil pessoas para trás, (sendo a única criança!!) e na grande final fiquei em segundo lugar.

6 thoughts on “RELATOS DE UMA NOITE COLORADA”
  1. Grande texto! Poético, carregado de amor e ao mesmo tempo cirúrgico na descrição dos momentos. Parabéns! Dá-lhe INTER

  2. Agora falo como alguém que, além de ser colorada, é mãe desse grande colorado, Messias.
    Suas palavras, expressadas com maestria, refletem a grande paixão que carregas pelo teu time e o amor dessa torcida que só faz apoiar, vibrar com o coração repleto de esperança!

  3. Alô você Messias!
    Relato poético, guarde esse texto. Um dia o lançarás sua coletânea de crônicas e essa certamente estará na Feira do Livro a disposição dos Colorados ávidos por conhecer os detalhes da história desse GIGANTE chamado SPORT CLUB INTERNACIONAL, contada pelo jornalista MESSIAS FORTES
    CONGRATULAÇÕES.

    Diretamente de Natal RN
    Coloradamente,
    Melo

  4. Acabei de fazer um elogio ao excelente texto do amigo Roldan e agora o nosso Messias nos brinda com mais esta pérola .
    Tá ficando difícil a concorrência por aqui !!
    Parabéns Messias pela crônica que destaca a alma da Torcida Colorada e o pulsar do Estádio Beira-Rio !!

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