O recente post “Micones” de estrangeiros que enganaram ou não tiveram destaque em nosso futebol sugere que também se fale e se faça uma seleção dos bons e melhores que vestiram a gloriosa camisa colorada.

Não é de hoje que o INTER trabalha com estrangeiros em seus grupos. Os grandes momentos e conquistas sempre tiveram sotaque lá de fora. Já no primeiro título gaúcho conquistado em 1927 tinha o uruguaio Donaldo Ross no ataque. No memorável Rolo Compressor o argentino Villalba entre os artilheiros. Depois, no rolinho do técnico Teté o goleiro uruguaio La Paz. O grande INTER dos anos 70 o chileno Figueroa, capitão do Octa Gaúcho e BI Brasileiro, seguindo com o paraguaio Benitez no TRI Invicto, depois o uruguaio Ruben Paz nos anos 80, o paraguaio Gamarra nos anos 90, o colombiano Renteria na Libertadores 2006, o colombiano Vargas no Mundial FIFA, os argentinos Guinãzu e D’Alessandro nas últimas grandes conquistas: Sul Americana, BI Libertadores e BI Recopa, só para citarmos exemplos exitosos.

A lista não é pequena. Não resta dúvida que o INTER foi um dos clubes brasileiros que mais utilizou jogadores estrangeiros ao longo de sua história.

Surpreende esta afirmativa para quem somente acompanha os nomes dos últimos tempos. No entanto, em pesquisa realizada encontramos mais de 60 (sessenta) jogadores estrangeiros ao longo de nossa história.

Curiosamente, já nos primeiros momentos de existência, em 1910, o INTER teve o jogador alemão Bahr em seu plantel.

Entre tantos jogadores e destaques, teve até jogador estrangeiro Campeão do Mundo pelo seu país. É o caso de Júlio Pérez, meia-direita da seleção uruguaia de 1950 que, antes de terminar a carreira, veio a jogar pelo INTER. Neste tópico (campeões mundiais) para não dizer que foi o único time, tivemos apenas a companhia do Flamengo com a contração do goleiro Fillol após a conquista argentina do Mundial de 1978.

E falando-se de Julio Pérez que, depois de tanto êxito na celeste e clubes do seu país, acabou encerrando a carreira no colorado, não poderíamos deixar de citar o recente episódio do goleiro argentino Abbondanzieri, multi campeão pelo Boca  e que aqui também veio encerrar a carreira, não sem antes colocar mais uma faixa de Campeão da Libertadores, mas desta feita pelo INTER.

E assim diante de diversos atletas que pudemos acompanhar nas últimas décadas, já na era Beira-Rio,  formamos a seguinte seleção:

Benitez, Enciso (1), Figueroa, Gamarra e Hidalgo (2); Vargas (ou Gavilán), Guiñazu, D’Alessandro e Ruben Paz; Renteria e Diego Aguirre (ou Dátolo) (3).

Estrangeiros com registro de autenticidade (Imagem:Arquivo BAC)

OBSERVAÇÕES:

(1) Embora tenha havido laterais direitos, a exemplo Eros Perez (2001), Bustos (2008) e Bruno Silva (2010), porém sem sucesso, os melhores resultados se deram mediante improvisações feitas com os meio campistas paraguaios Enciso e Gavilán. Este último também teve muito bom aproveitamento como volante.

 (2)Além do lateral esquerdo Jacquet, contratado em 1989 e que não foi bem, Hidalgo foi o único estrangeiro da posição que obteve relativo sucesso no INTER, daí o porquê foi colocado na seleção, considerando, sobretudo, que o peruano participou das temporadas 2006 e 2007 com satisfatória atuação no Brasileiro 2006, jogando inclusive a 1ª partida da conquista do  MUNDIAL FIFA 2006 e ainda da RE-COPA em 2007.

       (3)Ao longo do tempo as contratações de estrangeiros concentraram-se em sua maioria na zaga e  meio de campo, dificultando a escolha de bons atacantes. Alguns mesmo tendo consagração nos clubes de origem, a exemplo recente de Bolaños e Cavenaghi e em tempo mais distante do paraguaio Brites (1987), do chileno Letelier (1990) e do meio campista colombiano Hurtado (1999-2000), a resposta no INTER não foi a esperada.

 Ainda merecem ser citados alguns jogadores de destaque ou que pelo menos tiveram participação decisiva em conquistas coloradas. É o caso do goleiro Fernandez (Copa do Brasil 1992); dos zagueiros: Amelli, Espínola, Sorondo (Sul-Americana 2008 e Libertadores 2010), Orozco (Copa Dubai 2008), Aguirregaray e Salomón; do meio campista Bolatti (BI da Recopa) e do ponteiro direito Urruzmendi, este chegando a participar da inauguração do Beira-Rio e se não obteve maior sucesso foi devido à titularidade do grande Valdomiro.

Também lembramos de alguns treinadores estrangeiros que tivemos nas últimas décadas: Elias Figueroa (1996) que assumiu interinamente e fez um elogiável trabalho, conquistando 80% dos pontos disputados sob seu comando no Campeonato Brasileiro daquele ano, mas não chegou às finais.

Pedro Rocha (1996): Treinador da Copa do Brasil e Campeonato Gaúcho do mesmo ano, sem êxito.

Jorge Fossati (2010); Em que pese ter tido seu trabalho por muitos contestado, chegou às finais da Libertadores, depois conquistada por outro treinador (Celso Roth).

 Conforme deu para notar, a leva de gringos que por aqui passaram e continuam passando foi marcante na história do nosso Clube. E a seleção formada, se pudesse ser desligada do plano da imaginação e ser posta na prática, com certeza faria história de um dos maiores times de todos os tempos, ainda mais se a ela fossem agregados jogadores de outras épocas que não chegamos a vê-los jogar, a exemplo do atacante artilheiro argentino do Rolo Compressor Villalba que as gerações passadas falavam maravilhas de seu futebol.

Saudações Coloradas

Heleno Costi – Porto Alegre/RIO GRANDE DO SUL
Colorado é a minha paixão!

 

 

 

4 thoughts on “Estrangeiros no Inter”
  1. Pauperio,
    Lembro do Julio Perez, mas não o vi jogar, pois era ainda piá e vivia na bucólica Guaporé e escutava jogos pelo rádio.Os que acompanharam o Mundial de 1950, dizem que foi um dos grandes responsáveis pela vitória sobre o Brasil no Maracanã.
    Conforme destaquei em meu comentário, aqui chegou e vestiu a gloriosa camisa colorada ao encerrar sua carreira.
    Saudações Coloradas

  2. Como também sou “um pouco rodado” (como diz o Melo), lembrei-me de um excepcional jogador uruguaio que vi jogar nos Eucaliptos. Trata-se de Julio Pérez armador ou meia-direita de grande técnica,

    Foi um ídolos máximos do Nacional, clube que defendeu de 1950 a 1957, conquistando os campeonatos uruguaios de 1952,1955 e 1956. No final da carreira jogou no nosso INTERNACIONAL.

  3. Melo,
    Cheguei a citar o Lamas, mas na revisão acabei cortando para não tornar muito longo o comentário.
    Lembro bem do Lamas que aqui chegou em 1969. Era um centro-médio e como bem disseste, jogava com uma elegância e passadas largas e tinha muita visão de jogo. Pensando bem lembra mesmo o Bolatti. Pelo que me consta chegou a jogar na celeste, mas acabou ficando pouco por aqui. Também omiti o nome de alguns como o Goycochea, grande mas só pela Argentina e Copa de 1990. Na minha revisão também cortei outros, como o Abu, o jogador africano que prometia e lá pelas tantas se mandou.
    Abraço

  4. Alô você Heleno!
    Como somos “um pouco rodados”, já fui logo procurando jogadores para compor o banco de reservas, pois confio nas tuas pesquisas, assim só sobraria pra mim dar pitacos nos reservas, aí veio a surpresa até nisso pensastes. Sobrou lembrar Do Goleiro do segundo “Rolo Compressor” o La Paz,um ponteiro direito chileno que jogou nos anos noventa: Letelier e um centro-médio que jogou no Inter no início dos anos sessenta e final dos anos setenta. Falo de Alfredo Lamas, um uruguaio longilineo de passadas largas futebol muito elegante. Não ficou muito tempo por aqui pois afirmavam que era muito lento. Se pudesse fazer uma comparação com jogador atual, diria que o que mais se aproxima dele é o Bolatti. Parabéns por mais essa pesquisa Heleno. Esse time que montastes daria pra correr o mundo.
    SC

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